Ponto de situação após cerca de 30 anos de investigação familiar e entroncamento, com documentação segura, da minha linha de Sodrés Pereiras.
SODRÉS PEREIRAS
1
DUARTE HENRIQUES SODRÉ DE CASTRO
Irmão do anterior. Nascido a 18 de Novembro de 1993, no Hospital da Cruz Vermelha, foi registado como natural da freguesia de Oeiras e São Julião da Barra, Oeiras. Batizado na Igreja de Santo António de Nova Oeiras, a 21 de Julho de 2001. Mestre em Engenharia Mecânica pelo Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, em 2017.
1
HUGO HENRIQUES SODRÉ DE CASTRO
Nascido a 09 de Outubro de 1986, na clínica do Restelo, foi registado como natural da freguesia de Santa Maria de Belém, Lisboa. Batizado na Igreja de Santo António de Nova Oeiras, a 13 de Junho de 1987.
2
SÉRGIO PAULO SODRÉ DE CASTRO GRAÇA
Nascido a 08 de Dezembro de 1955, na freguesia de São Sebastião da Pedreira, clínica Cabral Sacadura. Batizado na Igreja de São João de Deus. Foi-lhe posto o nome de Sérgio da Costa Freire Graça, que os pais lhe mudaram para o acima referido, portaria de 19 de Abril de 1963. Aluno do Colégio Militar. Licenciou-se em Ciências Históricas pela Universidade Livre de Lisboa, em 1983. Assistente estagiário do departamento de Ciências Históricas da Universidade Livre de 1983 a 1986. Pós-graduação em Sociologia do Sagrado e do Pensamento Religioso, em 1996, pela Universidade Nova de Lisboa. Funcionário público, Coordenador e Analista de Informações do Estado. Sócio do Instituto Português de Heráldica e da Academia Portuguesa de Ex-Líbris, publicou alguns trabalhos de investigação histórica, especialmente de Heráldica e Genealogia, na sua maioria sobre “Sodrés”. Aposentado a 01 de Dezembro de 2013.
A 10 de Fevereiro de 1985, teve alvará do Conselho de Nobreza, em que lhe foi reconhecido o direito ao uso do seguinte brasão de armas: esquartelado, I – Sodré, II e III – Pereira, IV – Camelo.
Casou com Maria do Rosário Aparício Henriques, em Oeiras, a 20 de Dezembro de 1982. Nascida a 15 de Junho de 1957, na freguesia de Arroios, Lisboa. Licenciada em Direito pela Universidade Clássica de Lisboa. Professora do Ensino Secundário.
3
MARIA LUISA GOMES DA COSTA FREIRE
Nascida a 29 de Outubro de 1935, na freguesia da Pena, Lisboa. Filha única de segundo casamento. Não consta o apelido Sodré no seu bilhete de identidade, porque então a lei limitava os apelidos a três e a sua mãe recusou-se a abdicar de lhe passar o seu apelido Gomes.
Casou com Fábio de Castro Graça, na Igreja de Santa Maria de Belém (Jerónimos), a 07 de Outubro de 1954. Capitão de Mar-e-Guerra da Armada, Submarinista, Engenheiro Eletrónico, pela Universidade de Monterrey, Califórnia, E.U.A. Nascido na freguesia de São Sebastião da Pedreira, Lisboa, a 15 de Agosto de 1932. Imediato do submarino “Neptuno” e, depois, em Moçambique, da corveta “Pereira D´Eça”, na qual serviu durante o bloqueio do porto da Beira pela esquadra inglesa, em 1966, na sequência de imposição de sanções pela ONU à Rodésia do Sul que declarara unilateralmente a independência no ano anterior. Integrou a guarnição de trouxe o submarino "Barracuda" de França para Portugal em Outubro de 1968. Falecido a 16 de Fevereiro de 2024.
4
JOSÉ SODRÉ DA COSTA FREIRE
Nascido a 28 de Maio de 1874, na freguesia de São Mamede, Lisboa. Batizado na Igreja de São Mamede, a 02 de Outubro de 1874. Chefe de Repartição da Companhia dos Tabacos, fez várias comissões em Lourenço Marques como diretor da companhia, logo após a Grande Guerra. Faleceu a 26 de Junho de 1961.
Divorciado, a 09 de Maio de 1944, casou civilmente com Caetana do Carmo Gomes, a 27 de Outubro de 1944, que conheceu em Moçambique, quando servia como enfermeira de guerra. Nascida em 1898, na freguesia da Vermelha, Cadaval. Falecida a 18 de Março de 1984.
5
MARIA PAULA SODRÉ PEREIRA DE LEMOS RANGEL
Nascida a 18 de Janeiro de 1846, na freguesia de São Quintino, Sobral de Monte Agraço. Batizada na igreja paroquial respetiva, a 8 de Fevereiro. Irmã de Francisco Sodré Pereira Cordeiro Camelo de Lemos Rangel, nascido a 28 de Julho de 1850, que teve foro de Fidalgo-Cavaleiro da Casa Real do Rei D. Carlos, a 23 de Dezembro de 1905.
Casou com Lucas Ventura da Costa Freire, a 18 de Janeiro de 1874, na Igreja de Arroios, Lisboa. Nascido, a 09 de Janeiro de 1844, em Lisboa. Empregado no comércio.
6
FRANCISCO DE PAULA SODRÉ PEREIRA DE LEMOS RANGEL
Nascido a 22 de Dezembro de 1806. Batizado em oratório privado, na freguesia de Santa Justa, Lisboa, a 11 de Janeiro de 1807. Aluno do Colégio Militar, com o nº 151, de 1819 a1820. A 12 de Junho de 1824, assenta praça como soldado (todos os pretendentes a cadetes o faziam) no regimento de cavalaria 1. Em 1827, como cabo, é porta-estandarte do regimento de cavalaria 10. A 06 de Setembro de 1833, durante a Guerra Civil, apresentou-se no Porto com 3 soldados armados e montados, passando para o lado liberal. Condecorado com a medalha de D. Maria e D. Pedro, algarismo 4. Em 1862, é 3º Oficial da Alfândega de Lisboa. A 07 de Junho de 1870, suplica o hábito da Torre e Espada (julgo que foi indeferido). Media 1,62 m.
Foi proprietário.
Viúvo, casou com Maria Libânia da Conceição, a 22 de Outubro de 1842.
7
FRANCISCO SODRÉ PEREIRA DE LEMOS RANGEL
Nascido, a 01 de Abril de 1779, na freguesia de São Sebastião, Ponta Delgada, Açores. Batizado na igreja matriz respetiva. Foi Secretário particular do Duque de Vitória, o General Arthur Wellesley, depois Duque de Wellington, Comandante-chefe das forças luso-britânicas na Guerra Peninsular (1807-1814). Simultaneamente, era agente do Ministro da Guerra, General Miguel Forjaz, e a sua correspondência é uma fonte importante daquele conflito das guerras napoleónicas.
Cavaleiro da Ordem de Cristo, a 26 de Julho de 1821. Alcaide-mor da vila de Fronteira, por alvará de 06 de Setembro de 1821. Comendador da ordem de Santiago de Almalaguez, na Ordem de Cristo, a 28 de Outubro de 1821.
A 25 de Dezembro de 1803, recebeu carta de brasão de armas: esquartelado, I – Sodré, II – Pereira, III – Cordeiro, IV – Camelo. Assim foi reconhecido como fidalgo de linhagem e de cota de armas.
Casou com Maria Luísa da Fonseca Pope, a 17 de Junho de 1805, na freguesia de Santa Justa, em Lisboa, em oratório privado. Um autor refere que faleceu a 16 de Dezembro de 1830 e o certo é que morreu antes do fim da guerra civil.
8
BENTO SODRÉ PEREIRA DE LEMOS RANGEL
Nascido no Rio de Janeiro, Brasil, talvez entre 1745-50. Batizado na igreja paroquial de Nossa Senhora da Candelária, no Rio de Janeiro. Cavaleiro da Ordem de Cristo, a 22 de Fevereiro de 1804. Sargento-mor das ordenanças da cidade de Ponta Delgada (equivalente a Major). A 27 de Setembro de 1821, foi promovido a Tenente-Coronel de milícias, agregado ao regimento de Ponta Delgada, Açores.
A 12 de Outubro de 1803, recebeu carta de brasão de armas: partido, I – Sodré, II – Pereira. Assim foi reconhecido como fidalgo de linhagem e de cota de armas.
Casou com Antónia Joaquina. Nascida, a 26 de Fevereiro de 1755, na freguesia de Ginetes, Ponta Delgada. Batizada na igreja matriz de São Sebastião, Ponta Delgada. Filha de Manuel de Sousa Cordeiro Camelo.
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ISABEL NARCISA SODRÉ PEREIRA
Nascida na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, cerca de 1710-20.
Casou com Francisco Tavares França. Alferes de cavalaria do regimento de Minas. Filho do Capitão João de Sousa Cabral e de sua mulher Maria Tavares França.
10
ISABEL SODRÉ PEREIRA
Nascida na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, cerca de 1680-90. Filha única.
Casou com Agostinho de Lemos Rangel. Sargento-mor de milícias da cidade de Rio de Janeiro (equivalente a Major). Filho do Capitão e Licenciado Amador de Lemos Ferreira e de Isabel Rangel de Macedo, casados em 1674. Esta descendia de Julião Rangel de Macedo. Capitão no Rio de Janeiro em 1583. Filho de Damião Dias Rangel, que foi para o Brasil como Capitão nas guerras contra o gentio. Todos pertenciam aos Rangel de Macedo verdadeiros, que usavam o brasão dos Rangel.
11
DUARTE SODRÉ PEREIRA
Nascido na cidade do Rio de Janeiro, cerca de 1650-60. Filho segundo. Teve foro de Moço-Fidalgo, a 03 de Janeiro de 1686, com 900 reis de moradia por mês e um alqueire de cevada por dia. Tal como era o foro de seu pai. No mesmo dia, alvarás de Moço-Fidalgo com as mesmas condições foram passados aos seus irmãos, Diogo Rangel de Sande, José Pereira Sodré e João Gomes da Silva.
Desconheço o nome de sua mulher.
12
FRANCISCO SODRÉ PEREIRA
Terá nascido em Águas Belas, cerca de 1615-20. Estabeleceu-se na cidade do Rio de Janeiro, onde deixou numerosa descendência. Pode-se dizer que foi o patriarca dos Sodrés do Rio. Teve foro de Moço-Fidalgo. Coronel, comandante de um regimento no Rio de Janeiro. Fidalgo da Casa Real. Faleceu nesta cidade, a 13 de Dezembro de 1669.
Casou com Catarina da Silva Sandoval, a 27 de Abril de 1648, no Rio de Janeiro.
Irmão segundo de Fernão Sodré Pereira, que foi Fidalgo da Casa Real. 10º Senhor de Águas Belas. 1º Capitão-mor de Águas Belas, Ferreira do Zêzere e Vila de Rei.
13
DUARTE SODRÉ PEREIRA
9º Senhor de Águas Belas (Ferreira do Zêzere), de que tomou posse a 03 de Junho de 1608. Alcunhado de “O Estragado” devido à sua generosidade. Faleceu a 22 de Junho de 1635.
Casou com Guiomar de Sousa.
14
FERNÃO SODRÉ PEREIRA
Nasceu cerca de 1532-42. Prestou relevantes serviços no cerco de Mazagão, em 1562, nas armadas da costa do Algarve e na tomada do Pinhão, pelo que recebeu o hábito de Cristo, tornando-se Cavaleiro da Ordem de Cristo, a 02 de Agosto de 1565, com a condição de ir servir 6 meses, com cavalo à sua custa, em Tânger. Acompanhou o Rei D. Sebastião na batalha de Alcácer Quibir, a 4 de Agosto de 1578, ficando cativo. Aí morreram em combate o seu irmão Francisco Sodré e o seu sobrinho Duarte Sodré. Resgatou-se e voltou ao Reino. Comendador de Santiago de Lanhoso, na Ordem de Cristo, por mercê do Rei D. Filipe I, por carta de 06 de Maio de 1580. 8º Senhor de Águas Belas, de que tomou posse a 09 de Agosto de 1588.
Casou com Branca Caldeira, que faleceu a 18 de Dezembro de 1637.
15
DUARTE SODRÉ PEREIRA
Nasceu cerca de 1500-8. Alcançou sentença contra a Coroa, a 22 de Novembro de 1571, que julgou por nulo o foral que o Rei D. Manuel dera a Águas Belas e reconheceu as quintas de Águas Belas e Vale de Orjais como bens de morgado patrimonial não pertencendo à Coroa. Assim, entrou na posse do senhorio da vila e do seu termo, e do padroado da igreja, com todos os seus direitos e prerrogativas, por provisão do Rei D. Sebastião, a 17 de Dezembro de 1576 ou 1577. Faleceu a 09 de Agosto de 1588.
Casou com Dionísia de Sande.
SODRÉS
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FRANCISCO SODRÉ
Nasceu cerca de 1475-85. Legitimado a 12 de Fevereiro de 1496 (Nessa data, seu pai, como Cavaleiro da Ordem de Cristo, não podia casar). No testamento de seu pai, de 1496, é nomeado administrador do morgado por este instituído nos arredores de Santarém. A 24 de Outubro de 1500, é nomeado Alcaide-mor de Seia, o que significa que era Cavaleiro da Ordem de Cristo, pois este castelo era da jurisdição desta ordem militar. Foi Moço-Fidalgo da Casa de D. Manuel. A 09 de Abril de 1508, partiu para a Índia na armada de Jorge Aguiar (morto na viagem), juntamente com seu único irmão ainda vivo, Manuel Sodré, embarcado na nau Santa Cruz de Duarte de Lemos depois capitão-mor desta armada. Em 1508, esteve na construção da primeira fortaleza da Ilha de Moçambique, quase só uma torre denominada forte de São Gabriel , e serviu na guarnição da fortaleza da Ilha de Socotorá. Juntamente com seu irmão, participou na segunda conquista de Goa, a 25 de Novembro de 1510, sob o comando do grande Afonso de Albuquerque, Capitão-Geral e Governador da Índia. Em 1511, era o Capitão da caravela redonda Santo Espírito, de porte-médio, que ficou a reparar em Goa, não tendo ido, nem ela nem o seu capitão, à conquista de Malaca, a 24 de Agosto de 1511. Cavaleiro-Fidalgo da Casa do Rei D. João III com 1700 reis de renda. Morreu em serviço na Índia, entre 1539-1544.
Casou com Violante Pereira, filha de João Pereira 4º Senhor de Águas Belas, depois de 20 de Junho de 1496, pois nesta data o Papa autorizou os cavaleiros e os comendadores das ordens de Cristo e de Avis a casarem, o que anteriormente só era permitido aos de Santiago.
Seu irmão Manuel Sodré foi Anadel-mor dos besteiros e espingardeiros nas partes da Índia, por mercê do rei D. João III, a 18 de Fevereiro de 1528, e Cavaleiro-Fidalgo com 2000 reis de renda. A 02 de Janeiro de 1544, Manuel Sodré escreveu uma carta a D. João III relatando os seus feitos na Ìndia e solicitando a capitania de Cochim com as ilhas das Maldivas. Francisco Sodré decerto esteve na reconquista de Goa, como todos os fidalgos da armada de Duarte Lemos, e talvez tenha estado quase sempre com o irmão, o qual ficou como capitão dos besteiros e espingardeiros na guarnição que defendeu Goa dos ataques das tropas do Idalcão (Adil Xá, ou Khan, Sultão de Bijapur), quando Albuquerque partiu para o feito Malaca.
17
DUARTE SODRÉ
Terá nascido em Santarém, cerca de 1434-38, pois os seus pais tinham aí casas que também ficaram vinculadas ao morgado que veio a constituir como refere no seu testamento. Em 1465, era Escudeiro da Casa do Infante D. Pedro (ex-Condestável do Reino e efémero Rei da Catalunha). Cavaleiro da Ordem de Cristo e Comendador de Santa Ovaya do Juncal, antes de 1475. Vedor da Casa do Duque de Viseu, D. Diogo II. Vedor da Casa do Duque de Beja, futuro Rei D. Manuel, passando a Vedor da Casa Real quando este subiu ao trono. Por carta de 23 de Agosto de 1486, registada na Chancelaria do Rei D. João II, onde é designado como Cavaleiro da Casa Real, o Príncipe Perfeito autoriza-o a constituir um morgado nos reguengos de Tojoza e Alviela (termo de Santarém) com a obrigação dos sucessores seguirem o apelido Sodré. Recebeu do Rei D. João II, em Novembro de 1492, certos bens e herança no lugar de Romão, no almoxarifado da Guarda, tomados a três moradores locais. A 26 de Janeiro de 1493 já era Comendador e Alcaide-mor de Tomar (sede da Ordem de Cristo), sendo também Provedor das capelas do Infante D. Henrique (o Navegador) com 7 marcos de prata de ordenado. Comendador da Cardiga, em data posterior a 26 de Janeiro de 1493 (neste dia ainda pertencia a Heitor de Sousa), uma das mais importantes da Ordem de Cristo. Pelo menos desde 1494, foi Alcaide-mor de Seia. Fez testamento em Montemor-o-Novo, em 29 de Fevereiro de 1496. A 07 de Agosto de 1500, documento refere-o com Fidalgo régio. Faleceu a 25 de Agosto de 1500. Está sepultado junto ao altar-mor da Ermida de Nossa Senhora do Monte, em Santarém, tendo a sua lápide, epitáfio, escudo de armas pleno de Sodré, ladeado de espada e lança-pendão. Epitáfio “Aqui jaz o muito honrado Duarte Sodré que foi veador da caza D’ El Rey D. Manuel e alcaide mor das vilas de Tomar e Sea e comendador da cardiga o qual descende e vem da linhagem da caza do Sodrea que he caza de grandes senhores do Reyno de Inglaterra e finou-se aos 25 dias de Agosto de mil e quinhentos.” Segundo escreve o seu filho Manuel, terá morrido pobre devido à sua generosidade e, enquanto viveu, era muito valido junto do Rei e conhecido no reino. Os seus descendentes que foram Senhores de Águas Belas (Ferreira do Zêzere), e usavam o apelido Sodré Pereira, eram considerados os chefes do nome e armas de Sodré, até porque também detinham o morgado por ele instituído em 1486.
Teve geração legitimada de Catarina Nunes (os cavaleiros da Ordem de Cristo só puderam casar a partir de 20 de Junho de 1496).
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INÊS SODRÉ
Terá nascido cerca de 1410-15. Residente em Santarém. Casada com Gil Pires de Resende, Contador régio na comarca dos almoxarifados de Santarém e Abrantes, em 1447, Vedor das obras régias de Almerim e Procurador régio.
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JOÃO SODRÉ
Terá nascido cerca de 1385-95. Uma fonte fidedigna, mas posterior, indica-o como Fidalgo da Casa do Rei D. Afonso V e como avô de Duarte Sodré. Provavelmente seria o mesmo que antes esteve como Cavaleiro em Ceuta com o 1º Governador, D. Pedro de Meneses. Terá participado na sua conquista, a 21 de Agosto de 1415, porquanto servia naquela praça já antes dos cercos mouros, pelos Reis de Granada e de Fez, de 1418 e 1419.
PEREIRAS
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VIOLANTE PEREIRA
Tia de João Pereira, 6º Senhor de Águas Belas, que era demente e morreu sem descendentes, pelo que a Coroa tomou posse do senhorio. Irmã de Rui Pereira, 5º Senhor de Águas Belas, que se distinguiu na tomada de Azamor, em 1513, no exército do Duque de Bragança.
Casou com Francisco Sodré e, quando este já era falecido, intentou uma acção judicial contra o procurador dos feitos da Coroa, porque, após a morte de João Pereira, o corregedor de Tomar a esbulhara da propriedade do morgado de Águas Belas, com base num foral do Rei D. Manuel que os Senhores de Águas Belas sempre contestaram. A Justiça acabou por lhe dar razão, mas apenas no tempo de seu filho Duarte Sodré Pereira, quando ela já era falecida, sendo Águas Belas considerada um morgado patrimonial, tirada a jurisdição, por sentença da Casa da Suplicação de 22 de Novembro de 1574
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JOÃO PEREIRA
Legitimado a 27 de Abril de 1463. 4º Senhor de Águas Belas e Senhor do morgado da Palmeira. Fidalgo da Casa Real. Parece que, em 1490, recebeu a capitania da Ilha de São Tomé. A 19 de Março de 1491, obteve uma tença de 40.000 reais anuais. A 07 de Setembro de 1491, foi nomeado Vedor das tercenas reais e do armazém da cidade do Porto.
Casou com Isabel Ferreira.
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GALIOTE PEREIRA
3º Senhor de Águas Belas, de Sousel e de Palmeira. Fidalgo da Casa Real, recebia, a 31 de Maio de 1441, 5.000 reais anuais. A 18 de Maio de 1447, foi feito Alcaide-mor de Castelo Mendo e dos lugares de Bouças, Covas e Póvoas de El-Rei. A 29 de Junho de 1450, recebeu a herança de Margarida Vicente, moradora em Portalegre e finada sem testamento. Alcaide-mor de Lisboa, nomeado entre 1450-54, e, a 01 de Janeiro de 1455, foi-lhe feita mercê dos direitos reais de Montemor-o-Novo e dos rendimentos das herdades de Lavre, respectiva alcaidaria e senhorio da vila com jurisdição, em compensação por ceder o posto de Alcaide-mor de Lisboa e de Couteiro das perdizes no termo da mesma cidade ao Conde de Monsanto. Em 1463, era membro do Conselho do Rei D. Afonso V, de quem também foi Camareiro.
Teve João Pereira de Inês Fernandes, solteira.
19
ÁLVARO PEREIRA
2º Senhor de Águas Belas, possuidor de vários reguengos em Melgaço. O seu tio, o Condestável D. Nuno Álvares Pereira, deu-lhe o senhorio de Alvaiázere, cerca de 1393, Sousel e as rendas do Lamegal, Borba e Vila Viçosa. A 21 de Agosto de 1415, participou na conquista de Ceuta, onde foi armado cavaleiro pelo Infante D. Henrique.
Casou com Inês Lourenço de Abreu ou com Isabel do Carvalhal.
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RODRIGO ÁLVARES PEREIRA
Legitimado pelo Rei D. Pedro, a 26 de Agosto de 1357, a quem, a 06 de Setembro de 1356, Álvaro Fernandes, seu tutor, escudeiro do Infante D. Pedro, por carta de doação e morgado, deu as suas quintas de Vale de Orjaes e de Águas Belas (Ferreira do Zêzere) com todas as dependências, senhorio, couto, honra, jurisdição e padroado da igreja da Nossa Senhora desse lugar (então dependente de Cernache de Bonjardim). Assim, realizou-se a instituição do morgado de Águas Belas, confirmado pelo Rei D. Pedro, a 20 de Maio de 1361. Foi o 1º Senhor de Águas Belas, alcunhado o “Olhinhos”. A 14 de Dezembro de 1375, o Rei D. Fernando doou-lhe o senhorio das vilas de Sousel, Vila Nova, Vila Ruiva, e das azenhas de Anhalouro e de Bemlhequero no termo de Estremoz. Esteve entre os defensores de Lisboa durante o cerco dos Castelhanos, em 1384. No decurso do cerco que D. João, Mestre de Avis, fez a Torres Vedras foi feito prisioneiro, pelo que não esteve em Aljubarrota, mas foi libertado em Santarém, quando esta caiu para o Mestre. A 09 de Março de 1386, o Rei D. João I doou-lhe Vila Nova de Cerveira com seu termo, rendas, direitos, tributos, foros, pertenças e jurisdição crime e cível. Apesar disto, por razões desconhecidas, passou a Castela (em 1389 ou 1390) onde morreu, pelo que perdeu as mercês. Era meio-irmão do Santo Condestável, D. Nuno Álvares Pereira.
Teve Álvaro de Maria Afonso do Casal.
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ÁLVARO GONÇALVES PEREIRA
Entrou muito moço na Ordem Militar do Hospital cujos monges-cavaleiros o elegeram Prior, ao que parece logo que perfez 18 anos de idade. Primeiro Prior hospitalário a estabelecer-se no Crato, onde estes se fixaram à roda de 1335. A 30 de Outubro de 1340, comandou os hospitalários portugueses na batalha do Salado, última grande batalha da Reconquista. Esteve na tomada de Algoziras e foi valido e conselheiro do Rei D. Pedro de Castela. Pelo ano de 1350, ergueu o belo Castelo da Amieira. Em 1355, defendeu a cidade do Porto cercada pelo Infante D. Pedro, em rebelião contra o pai, o Rei D. Afonso IV, em virtude da morte de Inês de Castro. Mandou edificar o mosteiro no sítio da Flor da Rosa, no termo do Crato, cerca de 1356, que passou a ser a Casa-Mãe da Ordem. Morreu, em 1380, no Castelo de Amieira, e está sepultado no Mosteiro da Flor da Rosa em túmulo de mármore armoriado.
Teve Rodrigo de Iria Vicente.
22
GONÇALO GONÇALVES DE PEREIRA
Prior da Igreja de São Nicolau da Feira e Cónego de Tui, em 1296. Deão da Sé do Porto a partir de 1296, interveio ativamente na deposição do Bispo do Porto e do Arcebispo de Braga. Estudou em Salamanca. Em 1320, foi enviado pelo Rei D. Dinis à cúria pontifícia, em Avinhão, juntamente com o Almirante Manuel Pessanha, para solicitar auxílio financeiro na guerra contra os mouros. Em 1321 era Bispo de Évora. De 1322 a 1326 foi Bispo de Lisboa por nomeação do Papa João XXII, que depois o fez Arcebispo-Primaz de Braga, de 1326 até à sua morte em1348. Impediu a batalha de Loures entre o Rei D. Dinis e o Infante D. Afonso fazendo as pazes entre eles. Foi dos maiores senhores do seu tempo, e o Rei D. Dinis mandou-o como embaixador ao Rei D. Afonso “O Bom” de Castela para concertar as pazes entre os dois reinos, o que levou a cabo com êxito. Esteve entre os defensores do Porto contra o Rei D. Afonso XI de Castela e, pouco depois, acompanhou do Rei D. Afonso IV na grande batalha do Salado, a 30 de Outubro de 1340, contra os sarracenos. Parece ter sido um homem muito gordo. Jaz na Sé de Braga, em túmulo com estátua jacente que mandou fazer em 1334 na denominada capela da Glória.
Teve Álvaro de Teresa Peres Vilarinho.
23
GONÇALO PIRES DE PEREIRA
3º Senhor de Pereira. Devido à grandeza do seu estado, houve quem o designasse por Conde, mas não teve formalmente tal título. Grão-Comendador na Ordem do Hospital na Espanha. Documentado, a partir de 1268, em Castela, como Grão-Comendador nos cinco reinos de Espanha, manteve essas funções até, pelo menos, 1271. Entre 1280 e 1285 é referido como Comendador de Lima, Toronho, Tavara e Faia. Também foi Comendador de Panoias. Conta-se que um dia ofereceu 100 cavalos a parentes. Em 1284 testemunhou uma inquirição feita no âmbito da constituição da póvoa de Caminha.
Casou com Urraca Vasques Pimentel.
24
PEDRO RODRIGUES PEREIRA
2º Senhor da Quinta e Torre de Pereira, que acrescentou no tempo de D. Sancho I. Rico-Homem, Tenente (governador) de Trancoso e de Viseu, entre 1180 e 1183. Também terá tido bens em Froião. Em 1224, em aliança com o Bispo do Porto, D. Martinho Rodrigues, venceu a lide de Trasconho contra a hoste de Pedro Mendes, Senhor de Poiares, que aí morreu.
Casou com Estevainha Henriques. Casou segunda vez com Maria Pires de Gravel de quem teve o seguinte.
25
RODRIGO GONÇALVES PEREIRA
Progenitor dos Pereiras. Este apelido deriva da sua quinta, assim denominada, situada nas margens do Rio Ave na terra de Vermoim, onde ainda existiam ruínas da torre senhorial no princípio do século XX. Alcaide-mor do Castelo de Lanhoso. Viveu no último quartel do século XII e primeiro do XIII.
Teve Pedro do seu segundo casamento com Sancha Henriques Portocarrero.
26
GONÇALO RODRIGUES PALMEIRA
Mordomo-mor da Rainha D. Teresa, em 1114, tomou o partido de D. Afonso Henriques, apesar de ser primo direito do Conde D. Peres de Trava. Senhor das terras de Lanhoso, Basto, Refoios de Riba de Ave, Paiva, Baltar, e do Couto da Palmeira situado na terra de Vermoim. Tenente (governador) de Vermoim, em 1128, e de Penafiel de Bastuço, em 1146. Doou o Couto da Palmeira ao Mosteiro de Landim, por ele fundado, quando faleceu, em ano anterior a 1177.
Casou com D. Frolhe Afonso e depois com D. Urraca Viegas. De uma delas teve Rodrigo.
27
RODRIGO FORJAZ DE TRASTÂMARA
Pertencia à ilustre casa dos Condes de Trastâmara, tendo passado ao Condado Portucalense em finais do século XI. Irmão do chefe da linhagem, o Conde D. Pero Forjaz, Senhor de Trastâmara e de Trava, e aio de D. Afonso VII de Leão e Castela. Foi coevo do Conde D. Henrique e de D. Afonso Henriques. Parece que filho de Forjaz Vermuis (casado com Elvira Gonçalves de Vilalobos), e neto de Bermudo I Forjaz de Trastâmara (casado com Aldonça Rodrigues de Leão), que viveu pelo ano 1000.
Casou com D. Urraca Rodrigues de Castro, filha de D. Rodrigo Fernandes de Castro, “O Calvo”.